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sábado, 20 de maio de 2023

 O ACUMULADOR DE LIKES 

Lá vem o mensageiro de felicidade 

Com os seus memes, fotos e correntes 

Invadir Instas, Faces e Sites 

Despejando alegria na vida da gente 


Um, dois, três mil selfies e continua

Outras ainda virão mais infatigavelmente

Á medida que a fake alegria se acentua

E a palidez da tela nos entorpece a mente


Triste ironia cruel, que o senso humano irrita: -

Ele que posta tantas fotos de fortuna

Talvez não tenha pão na caverna em que habita 


Tanta gente também a vida alheia invade

Na busca de fama ou coisa nenhuma 

Como este solitário acumulador de likes!

 

Filho, Marques

 (Uma paráfrase do poema "O Acendedor de Lampiões" do poeta Jorge de Lima)

COUTINHO, Afrânio (org.). Jorge de Lima. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1958, vol. I. p.208


sábado, 21 de janeiro de 2012

Elis

As vezes Elis, eu pego o trem azul
e há frases que o vento vem me lembrar.
Essas coisas ficaram muito tempo por dizer.
Você pegou o trem azul e não saiu da minha cabeça.

O sol na cabeça, você na cabeça.
O trem azul, Elis na lembrança.

Te amo


http://www.youtube.com/watch?v=isqlhykeOw8&feature=related

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

INTENSÃO


Penetrar em teus poemas
É penetrar em ti
Conhecer os desejos
Que não sabes que tens
Mas que estão nas curvas de tuas palavras
Nos sons de teus versos
No cheiro da mínima intenção que não possuis
Mas que exala de ti
Do absurdo que flui
Entre a paixão e a luxúria
Entre teus versos e meus pensamentos.

NELSON MARQUES

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O RETRATO

Escrevi estes versos inspirado no livro de Oscar Wilde " O retrato de Dorian Gray".


Hoje revi meu retrato
A pele esticada
Os olhos mais vivos
Mirando o futuro.

A exata noção do passado
Foi fotografada:
Há quantos suspiros,
Há quantos desejos.

Estes olhos brilhavam por pouco
Estas mãos muito pouco retinham
Estes pés não contavam distancias
Essas rugas não existiam.

Quão belo este jovem rosto
Quanta vida ali contida
Um pedaço de minha juventude
Um retrato como outros.

Nelson Marques

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dialética

Tem certos dias que tudo é negação e
Nada é certeza
E nessa tensão há beleza?
Há. Há? Não sei.
Em quantas realidades habitam os reis?
Em quantos castelos de ilusão guardamos o coração?
E mesmo vagando nessa dialética
Entre estética e poética
Saímos da métrica
para as sete faces do Drummond
Neste vasto mundo
Sem solução.
Nelson Marques

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Ferreira Gullar

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Eu e Mim

Estes  meus amigos, um poeta bissexto de mãos vazias e alma cheia e  o outro uma fera da informática, fazem aniversário hoje.  Parabéns!

Eu faço tudo

Mim nada faz
        
Eu trabalho
             
E pra  Mim ,
Levantar é demais

Eu sou químico
E faço dieta
Mim não faz nada
E é poeta

Eu penso ,
Mim entorpece.
Eu, dentro de Mim,
Me embalo e adormeço ,
Enquanto fora  ,    Eu envelhece .  
                          
E Mim , tão só assim ,
Enlouquece .
Eu analiso
E pobre de Mim que sente!
Eu não minto !!
Mas para Mim Eu mente,
Ocultando de Mim ,
Que , na verdade ,
Eu sinto !!

Reinaldo de Medeiros