Abel é um eterno romântico, daqueles que há muito não vemos em nossas calçadas, pois que há muito não encontramos calçadas, nem pessoas e conversas ao luar. Esse romântico está guardado nos livros antigos, nos filmes, nos arquivos, no Google. Não nos permitimos ser românticos porque está fora de época, fora do timing, como se para o sermos nos fosse estabelecido, permitido. A poesia de Abel me fez lembrar “Gente Humilde” de Chico Buarque e “Todas as cartas de amor...” de Fernando Pessoa. ... Me deu uma saudade ....
És também minha, lua!
A musa súbita, a própria lua, ia pelas ruas, nua
tal como o poeta, repentinamente, cantou
e eu não desejando ficar encalhado
na maré baixa, loucamente solitário,
abandonado, alguns versos teci:
se me segues, ó lua
e se da tua luz deslumbrada
iluminas reconditamente minha estrada
é que seu amor, mais que imenso, é desmesurado
pois suportas minhas arestas, saliências
minhas flagrantes irregularidades
e assim mesmo, nelas,
deitas, prateado, o teu manto
enamorei-me de ti, lua!
pois compassiva, clemente
me aceitas, assim tão tua
com versos mancos,
com rima crua...
Abel
Belo poema que merece uma referência à bela Melodia Sentimental de Heitor Villa-lobos:
ResponderExcluirAcorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que surge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
E correm no espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
Que brilha na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir meu amor e sonhar
obs: Adoro ouvir a Zizi Possi cantando essa linda música.
bjs!
Eliana
A lua, o luar, Zizi Possi , Heitor Villa-lobos....
ResponderExcluirEliana, não podia ser mais perfeito!
Salve o lirismo, salve o amor!
Valeu a referência,
bjs