Eu morei em Manguinhos com Maria
Que era casada com Manuel e o amava muito
Eu nunca senti tanto amor
quanto Maria tem por Manuel
Esse amor me alimentou
por muitos anos em Manguinhos
Maria não me deu a vida
Maria deu-me pão
Deu-me espaço
Deu-me carinho
Proteção
“Regra e compasso”
Me deu a mão e o coração
O não. E às vezes o sim
Deu-me proteção.
Manuel era vigia
A noite era a sua companheira e
Maria, sua durante o dia
Maria lia pra Manuel todos os dias
As notícias, as mortes, o que Manuel não via
E eu em um canto, aprendia a amar Maria
Maria partiu para sua terra
A Paraíba
Há pouco tempo a vi
Sem Manuel, tão pequenina
Tão grande em meu coração
Ela me abraçou e eu voltei a ser
Aquele menino de Manguinhos
De régua e compasso na mão
Maria partiu
E me deixou uma Maria pequena
Hoje leio estórias infantis pra Maria
Como fazia Maria pra Manuel
Todos os dias
Maria
Nelson Marques
Nelson,
ResponderExcluirAs lágrimas escorrem ... E ao mesmo tempo a percepção de que as lembranças da infância são tão profundas e genuinamente especiais.
Belo poema, belo sentimento, bela lição "da regra e compasso".
Bjs e parabéns!
Eliana
Que beleza, Nelson!
ResponderExcluirParabéns pela inspiração. Seu modo singelo nos comove. Muito belo mesmo este poema de Maria.
Deixo-te de presente um trecho da música "Maria" de Ary Barroso: "Maria!/ o teu nome principia/ na palma da minha mão/ E cabe bem direitinho/ Dentro do meu coração"
Parabéns!
Obrigado meus amigos,
ResponderExcluirVoces são muito generosos.
Esse poema é do menino de Manguinhos...
bjs
Nelson